29/01/2009

Há dois meses....


Faz hoje dois meses que a vida me privou da companhia dum homem que muito amei. Pensei que, passado o choque brutal da notícia da sua partida, conseguiria dizer-lhe, o quanto sinto a sua falta. Erro meu...

Passados dois meses de silêncio, da saudade que cresce e se agudiza em cada dia que passa, em nada me ajudou a encontrar palavras capazes de exprimirem a minha enorme tristeza pela perda homem que quanto mais eu conhecia mais respeitava, admirava e amava. Saudade do companheiro que a vida tão injusta e abruptamente me tirou. Saudade do homem extraordinário que, sob uma capa de dureza, ocultava uma alma sensível e boa do tamanho do mundo, um invulgar sentido de justiça, uma excepcional nobreza de carácter. Saudade do homem brilhante e culto que tão generosamente partilhava connosco a riqueza dos seus extensos e sólidos conhecimentos. Saudade do homem sério e rigoroso que aliava a uma excelente capacidade de análise e síntese um vigoroso poder de argumentação crítica, inteligente e lúcida, sempre ricamente fundamentada e exposta numa linguagem simples e acessível própria dos grandes mestres.

Não é verdade que todos sejamos iguais: há aqueles que percorrem o mundo sem deixar marca e aqueles para quem bastam pequenos momentos para nos marcar para sempre: se no mundo existem muitas pessoas capazes, há algumas que são absolutamente insubstituíveis, que marcam a sua génese, que lhe dão uma razão de ser assim eras tu Dante!

Por ironia, escrevo eu chorando, sem mão na alma ou nos olhos, para pedir a mim própria e aos que sentem a sua falta... não chorem, ele não gostaria...

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