29/08/2009

Sabes o quanto me fazes falta?


Não sei quanto tempo se vai arrastar o tempo atrás desta saudade que não consigo superar. Por isso, escrevo-te esta carta, porque mesmo não estando aqui, és o único que a entenderá…

Sabes, fazes-me falta… São 3,11h da madrugada.
Os sons são mais íntimos, as solidões mais fundas, as paixões são mais ardentes e inevitavelmente as dores mais insuportáveis.

Que fazer ao silêncio? Continuo presa... no silêncio da minha dor, e nesta madrugada, em que o meu sono é agitado, acordei simplesmente porque tu partiste mais cedo, e mesmo que eu tentasse dizer-te, não vás, ainda é cedo, seria uma súplica vã, porque tu já não ouves, tu já partiste!
Assim, abandonada pelo sono, vim tentar encontrar as palavras, essas que quase nunca me deixam, e que rodopiam perante os meus olhos: sei que me amaste, eu sei que me amaste!

E são nestes momentos em que, mais alto que a própria voz, ouço, nem sempre de forma cordata, os resmungos da consciência e os conselhos místicos do coração, as técnicas de defesa que desenvolvi no fundo de minha alma e que por habituação comparo, ao "chá frio" que diariamente partilho com a tua imagem... tão viva ainda na minha mente. Decido então embrulhar o silêncio num sorriso mesmo que forçado e seguir em frente... Embrulhar as recordações e desembrulhá-las à medida das necessidade.

Sabes, fazes-me falta…
Sabes o quanto me fazes falta? Eras o peso que fazia equilibrar a balança dos meus dias difíceis. Eras a cafeína que dava energia às minhas horas lentas. Eras o açúcar que dava sabor ao bolo da minha vida.
Agora que já não estás aqui para temperar as minhas emoções e sentimentos, sinto-me vazia e não consigo preencher essa solidão que me submerge, quando acordo todas as manhãs sabendo que não voltarei a ver-te, cheirar-te, sentir-te…
Poucos compreendem porque não supero a tua ausência, mas como explicar-lhes? Como fazer sentir no coração dos outros aquilo que só o meu abrange?

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