08/01/2009


É difícil dizer-te adeus. Sinto uma revolta e raiva sufocantes, uma angústia prolongada pelo tempo, uma eterna ânsia de voltar a ver o teu olhar, aquele olhar...

É confuso ver raízes promissoras de futuro partirem na noite escura... No rosto daqueles que te amam abre-se um fosso de silêncios cerrado pelo vazio... Tudo parece estúpido e inútil. Sinto a inconstância da vida humana, o arrastar silencioso de sonhos eternos para sempre adiados.

Medito sobre o que se passou e tento combater a incerteza com uma arma carregada de nadas. Sinto-me um ser pequeno, perdido e insignificante. Quem me dera mudar o inútil que se adivinha e transformá-lo num renovado amanhecer para ti, para mim e para todos que te amavam. Por vezes apenas consigo um sono inquieto e frio. Gostava de ter onde protestar, mas infelizmente não tenho.

Neste momento acredito que estejas bem. Acredito que naquele dia 29, nesse momento em que tudo ficou suspenso... não te foste embora. Iniciaste uma viagem... foste para uma outra casa. Talvez Deus tenha sentido a tua falta! Quem me dera que estas palavras quebrassem toda a dor que nos rodeia...

Às vezes parece-me tudo ainda demasiado irreal, talvez fictício... mas quando me apercebo da realidade, da fragilidade e fugacidade da vida humana, sinto a alma adormecida e amordaça por milhares de pesadelos juntos...

2 comentários:

  1. Os grandes Homens nunca morrem. Fique em paz

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  2. Dizem que apenas a nossa língua possui uma palavra para expressar este tão intenso sentimento: SAUDADE
    Meus pêsamos à família

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